Operários da Copa entram em greve
Após mortes, MPT e FIFA vistoriam Arena da Amazônia e operários entram
em greve.
Os operários trabalham 80 horas semanais sem interrupção para entregar
o estádio pronto até janeiro de 2014. Segundo o sindicato, 150 acidentes de
trabalho e três mortes já ocorreram no local desde o início das obras.
Depois das obras no estádio Arena da Amazônia, em Manaus, serem
interditadas pela Justiça do Trabalho, procuradores do Ministério Público do
Trabalho (MPT) e representantes da FIFA promoveram na manhã desta segunda-feira
(16) uma vistoria no local para verificar se direitos trabalhistas e as condições
de segurança estão sendo cumpridas.
Mesmo com a interdição determinada pela Justiça, cerca de 1700
operários iniciaram greve também nesta segunda-feira exigindo condições de
segurança, o pagamento de salários atrasados e a redução das horas extras trabalhadas.
Os operários estão trabalhando 80 horas semanais sem interrupção para entregar
a Arena da Amazônia finalizada dentro do prazo estipulado, isto é, janeiro de
2014.
A paralisação total foi decidida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Construção Civil de Manaus e do Amazonas. “Muitos funcionários
estão trabalhando sob pressão. As autoridades não estão preocupadas com o bem
estar deles e sim com a obra”, disse Cícero Custódio, presidente do sindicato.
No último sábado (14), o operário Marcleudo de Melo Ferreira, 22,
morreu após cair de uma altura aproximada de 35 metros enquanto trabalhava, de
madrugada, na montagem da cobertura do estádio. Também no sábado, o operário
José Antônio da Silva Nascimento, 49, morreu de infarto cardíaco enquanto
trabalhava na construção Centro de Convenções do Amazonas (CCA), estrutura
localizada ao lado da Arena da Amazônia.
Segundo Cícero Custódio, o operário Marcleudo estava trabalhando sem o
equipamento de segurança, o chamado "fio da vida", na madrugada de
sábado e isso teria causado a queda dele. Ainda de acordo o presidente do
sindicato, mais de 150 acidentes de trabalho ocorreram desde o início da
construção da Arena da Amazônia. Ao todo, três operários morreram desde então.
Laudo técnico
Ao final da vistoria desta segunda, o MPT e a FIFA vão formular um
laudo técnico com observações sobre as condições de trabalho no estádio e se as
obras de construção serão liberadas ou se continuam interditadas. Conforme o
presidente do Sindicato, Cícero Custódio, tambén será exigido o pagamento dos
salários atrasados e o pagamento das horas extras trabalhadas.
A Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) informou neste domingo
(15) que a Construtora Andrade Gutierrez, responsável pelas obras da Arena da
Amazônia, tomará medidas cabíveis na Justiça para retomar a construção do
estádio. Segundo a UGP-Copa, a construtora revisou os procedimentos de
segurança exigidos e entregará um laudo técnico sobre as condições no local.
Fonte: A crítica.com,, acesos em 16 de Dezembro de 2013, às 13h44.
Comentários
Postar um comentário