No dia Internacional da mulher vamos combater os abusos!
O dia 08/03 é o Dia Internacional da Mulher, um dia de comemoração, mas também
de muita reflexão. Por todos os lugares do mundo serão debatidos temas
relativos ao papel da mulher na sociedade. Porém, também deverão ser debatidos
temas relativos à violência contra a mulher.
No Brasil, podemos falar que houve avanços nas conquistas dos direitos das
mulheres na busca da igualdade de gênero. Mas, mesmo com avanços, ainda
há muita discriminação aos direitos da mulher em diversas áreas da sociedade.
Observamos diariamente mulheres sendo agredidas, humilhadas, com patrimônio
dilapidado, mortas, simplesmente porque são mulheres.
No âmbito profissional, a discriminação à mulher ainda é muito grande. Os
papéis masculinos são supervalorizados em detrimento dos femininos. Visando
diminuir essa discriminação gritante existente em nosso País, o legislador
enxergou que algo deveria ser feito para coibir tamanha escalada de violência e
desigualdade. No ano de 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha, uma lei que
possui mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher.
No mês de agosto, a Lei Maria da Penha completará dez anos. Muitas vidas foram
salvas por causa das garantias existentes na lei, mas ainda há muitas vidas
perdidas que precisam ser preservadas. No ano de 2015, foi sancionada a lei que
inclui o feminicídio como crime
qualificado de homicídio e a pena é de 12 a 30 anos, além de ter sido incluído
no rol dos crimes hediondos.
Tenha motivos para comemorar, busque, conquiste, transforme a sua dor em
força para mudar a história de sua vida .
SABENDO INDENTIFICAR A VIOLÊNCIA
A escritora norte americana Mary Susan Miller escreveu o livro “Feridas
Invisíveis – Abuso Não-Físico contra as Mulheres”. O livro fala sobre a
violência psicológica, aquela que não deixa marcas no corpo físico da mulher,
mas deixa cicatrizes na alma. A autora narra que muitas mulheres sofrem desse
tipo de violência e não sabem. Por isso, no livro a autora ajuda as mulheres a
identificarem a violência não física. “O primeiro passo é pedir às mulheres que
examinem a lista de perguntas, que identifica 19 comportamentos
abusivos”.
O seu parceiro:
1. Bate, esmurra, esbofeteia, empurra ou morde você?
2. Ameaça feri-la ou a seus filhos?
3. Ameaça ferir amigos ou membros da família?
4. Tem súbitos acessos de raiva ou fúria?
5. Comporta-se de maneira superprotetora?
6. Fica com ciúmes sem motivos ?
7. Não a deixa visitar a sua família ou os seus amigos?
8. Não a deixa ir aonde quer, quando quer?
9. Não deixa trabalhar ou estudar?
10. Destrói sua propriedade pessoal ou objetos de valor sentimental?
11. Não a deixa ter acesso aos bens da família , como contas bancárias, cartões
de créditos ou o carro?
12. Controla todas as finanças e, obriga-a a prestar contas daquilo que você
gasta?
13. Obriga-a a fazer sexo contra a sua vontade?
14. Força-a a participar de atos sexuais que você não aprecia?
15. Insulta-a ou chama-a por nomes pejorativos?
16. Usa a intimidação ou a manipulação para controlá-la ou a seus
filhos?
17. Humilha-a diante dos filhos?
18. Transforma incidentes insignificantes em grandes discussões ?
19. Maltrata ou ameaça maltratar animais de estimação?
No final da lista está escrito: “Se você respondeu sim a uma ou mais de uma
pergunta acima......pode estar sendo vítima de abuso”. A autora disse que
mostrou a lista para muitas mulheres que solicitam proteção contra homens que
as agridem fisicamente. Ao lerem a lista, elas ficam estarrecidas, concordando.
As mulheres dizem que os companheiros têm feito todas essas coisas durante
anos, mas elas nunca souberam que era violência, até que fossem espancadas por
eles.
Mulher, é preciso saber identificar se você está sofrendo violência. Não espere
ser agredida fisicamente ou assassinada. Na Lei Maria da Penha há a previsão de
outras violências (psicológica, moral, patrimonial, sexual). Como demonstrada
pela escritora Mary Susan Miller, existe a violência invisível, que não deixa
marca no corpo. Se você acha que está sendo ameaçada, humilhada
psicologicamente ou moralmente, procure ajuda. No Estado de Pernambuco existem
os Centros de Referência no Atendimento à Mulher Vítima de Violência. Fale os
seus problemas à equipe psicossocial para que eles identifiquem se você é
vítima da violência que deixam feridas invisíveis.
Na semana que se comemora o dia Internacional da Mulher, busque a sua
superação, mostre para si mesma que você é dona e autora de sua vida. Tenha
motivos para comemorar, busque, conquiste, transforme a sua dor em força para
mudar a história de sua vida. Escreva uma nova história com um final
feliz.
EM QUAIS ÓRGÃOS BUSCAR AJUDA:
» Centro de Referência Clarice Lispector – (81)3355.3008/ 3009/ 3010
» Centro de Referência da Mulher Maristela Just - (81) 3468-2485
» Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon - 0800.281.2008
» Centro de Referência Maria Purcina Siqueira Souto de Atendimento à Mulher – (81)
3524.9107
» Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal - 180
» Polícia - 190 (se a violência estiver ocorrendo)
Por Delegada Gleide Ângelo, do NE 10
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