Defesa de Lula desiste de pedido de liberdade no STF
A defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu, nesta
segunda-feira, 6, da ação em que pedia ao Supremo Tribunal Federal (STF) a
suspensão da prisão dele para cumprir a pena a que foi condenado na Operação
Lava Jato. O pedido havia sido submetido pelo ministro Edson Fachin, do STF, à análise
pelo plenário da Corte e ainda não havia data para o julgamento pelos
ministros.
Na ação, os advogados de Lula pediam que o Supremo concedesse efeito suspensivo
ao recurso extraordinário movido contra a condenação dele pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de segunda instância, que o levou a
prisão. Caso os ministros decidissem nesse sentido, os efeitos da sentença
contra o petista, incluindo sua detenção, seriam suspensos.
Na petição em que anuncia a desistência, os defensores de Lula alegam que
tomaram a decisão diante de um despacho de Fachin, assinado no final de junho, em que ele sugeriu que o
STF poderia analisar, junto com a liberdade do ex-presidente, a inelegibilidade
dele a partir da Lei da Ficha Limpa. Os advogados ressaltam que, no pedido
original, tratavam apenas da liberdade de Lula, e não de seus direitos
políticos.
“A Defesa do Requerente fixou os limites do pedido de tutela de urgência na
‘execução provisória da pena’, propugnando pela sua cessação — e, consequentemente, restabelecimento
da liberdade plena do Requerente (…) de qualquer forma, diante do mistifório
[confusão] entre a pretensão de liberdade plena do Requerente que foi
efetivamente deduzida nestes autos e a discussão em torno dos seus direitos
políticos — imprevistamente colocada em ribalta (art. 26-C da Lei Complementar
nº 64/90) —, a Defesa do Requerente desiste do feito sem prejuízo de eventual
renovação opportuno tempore”, escreveram os
defensores.
Na prática, a defesa abriu mão da possibilidade de o petista ganhar liberdade
diante da chance de o STF declará-lo inelegível desde já. Condenado por um
órgão colegiado, a Oitava Turma do TRF4, a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do
tríplex do Guarujá, Lula está enquadrado na Ficha Limpa, lei sancionada por ele
próprio em 2010. Nesta terça-feira, 7, ele completa quatro meses preso na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Apesar de virtualmente inelegível, o ex-presidente vai registrar sua
candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o próximo dia 15 de
agosto. O PT já definiu que o candidato a vice-presidente nesta chapa
a ser registrada é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e fechou aliança
com o PCdoB para que a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila assuma a vice
quando Lula for barrado pelo TSE.
Fonte: MSN
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