Carpina: reflexões sobre o uso do espaço público para interesse privado
Quem é carpinense, ou esteve de passagem por aqui nos últimos anos, sabe muito bem que as praças, em especial a Praça Dr. Murilo Silva tem recebido visitantes ilustres que lá pararam e ficaram. Da gestão executiva passada, que, diga-se de passagem reestruturou aquela praça e propôs à época mudanças "propositivas", herdamos um frango relógio, ou relógio frango, propaganda industrial/comercial de uma empresa tradicional da região. Sob suposta alcunha de que "é de interesse público" valorizar uma empresa que concede oportunidade de emprego e valoriza a nossa terra (a fábrica de rações é instalada em Carpina), sem nenhuma retribuição de apoios eleitorais passados e sem pedir licença ao povo, eis que surge em 2015, ano em que a cidade era regida pela trágica batuta do Sr. Carlos Vicente de Arruda, a figura do frango relógio ou relógio frango. Críticas e oposições populares à parte, mesmo na atual gestão, o frango ainda convida os transeuntes a informar-se sobre a hora certa, a temperatura e tenta se alojar no imaginário popular como a melhor opção em custo-benefício para as panelas. A troco de quê? E por que não a lisura e a transparência também não foram convidadas, se o interesse fosse obter apoio de alguma empresa para bancar o relógio. Para tudo, na gestão pública, salvo algumas exceções legais, deve-se fazer licitações, não? Alguém aí sabe dizer se houve licitação? Ou já estava tudo marcado?
Créditos: internauta anônimo |
Mas a atual gestão também anda permitindo que mais empresas se utilizem do público para o interesse privado: Um empreendimento habitacional, que é regido por um forte grupo empresarial e em cujo entorno, ergue-se um centro de compras, ainda não inaugurado, há algum tempo deixou de lado o escritório de vendas que tinha em uma caríssima sala comercial no centro da cidade do Carpina, para ocupar um espaço público, com um trailer fixo no centro da cidade, mais especificamente na Praça Dr. Murilo Silva. Vale ressaltar que o prefeito do município, Sr. Manuel Severino da Silva, autorizou e já está em andamento o recapeamento asfáltico das principais vias que desembocam no referido loteamento. Coincidência? - Não sei. O que sei é que, o espaço e a gestão pública deve ser utilizada para fins públicos e não privados. E a gestão pública,ao meu modesto olhar, deve se preocupar muito com a igualdade de direitos. Porquê se um empreendimento teria o direito (que sabemos, não tem) de fincar a sua bandeira comercial nas áreas de interesse público. E os demais? A custo ou a troco de quê, beneficiar uns em detrimento de outros? O povo quer saber.
Falei!!!
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