Show de Zé Ramalho promete fortes emoções - Ao menos para mim.
Falar de Zé Ramalho é falar de um artista excepcional, compositor espetacular, artista notável. Alguém que pôde levar o nome do Nordeste, a exemplo de Luiz Gonzaga, aos quatro cantos do mundo. Mas para mim, lembrar de Zé é lembrar de meu pai. Meu falecido pai. Sim, por que as "toadas" de Zé Ramalho embalaram os fins de semana onde meu pai e eu cantávamos e nos confraternizávamos ao som de "Havôhai"; Beira-Mar; "Canção Agalopada", entre outras pérolas. Na noite de hoje, o ACH... Blog estará no show deste nordestino "Cabra da Peste" mais do que fazendo fotos, gravando a apresentação. Eu sou admirador nato de José Ramalho Neto!!!
Biografia do Cantor
Nascido em 3 de outubro de 1949, José Ramalho Neto é natural de Brejo
da Cruz (PB). Quando tinha 2 anos, ficou órfão de pai, o seresteiro Antônio de
Pádua Pordeus Ramalho, que morreu afogado num açude do sertão. Com isso, sua
mãe, a professora primária Estelita Torres Ramalho, entregou-o para ser criado
pelos avós, José e Soledade Alves Ramalho, que tinham melhor condição
financeira. Por isso Zé pôde estudar nos melhores colégios da cidade e até
estudar medicina.
Sua vida artística começou como Zé Ramalho da Paraíba, cantando em
conjuntos de baile inspirados na jovem guarda e no rock inglês. O interesse
pelos violeiros e pala literatura de cordel só surgiria depois, ao participar
da trilha sonora do filme Nordeste: cordel, repente e canção, de Tânia Quaresma,
em 1974. Por conta desse trabalho, Zé se mudou para o Rio de Janeiro (RJ),
acompanhado por outros cantores nordestinos. Naquele mesmo ano, lançou seu
primeiro disco, uma parceria com Lula Côrtes.
Logo Zé estava tocando viola na banda de Alceu Valença, em cujo show ele tinha
chance de interpretar uma composição sua. Mas a oportunidade foi por água
abaixo quando Zé resolveu modificar o roteiro de uma das apresentações da
turnê. O público gostou, mas Alceu detestou e rompeu com o colega. A amizade só
seria recuperada um ano depois, quando Alceu incluiu, de surpresa, uma música
de Zé em seu novo espetáculo.
Sobreviver no Rio não era fácil. Zé precisou dormir em bancos de
praças e trabalhar em gráfica para poder continuar apostando em seu próprio
talento. Em 1977, foi convidado pelo produtor Augusto César Vanucci a ir a São
Paulo (SP) participar da gravação da música "Avôhai", composição sua
que seria incluída no novo disco da cantora Vanusa. E assim ele ia ganhando
nome e conseguindo dinheiro. No mesmo período, Zé lançou o folheto de cordel
"Apocalipse agalopado".
No ano seguinte, ele gravou seu primeiro disco solo, que não só
incluía "Avôhai" como também "Vila do Sossego", "Chão
de Giz" e "Bicho de Sete Cabeças". A crítica elogiou seu
trabalho e o público o comprou, maravilhados com as letras cheias de imagens
míticas e o tom profético das interpretações. Resultado: Zé ganhou prêmio de
melhor cantor revelação da Associação Brasileira de Produtores de Disco e da
Rádio Globo.
A carreira do paraibano se consolidou em 1979, quando ele lançou seu
maior clássico, "Admirável Gado Novo", e o grande sucesso "Frevo
Mulher".
Em 1980, Zé participou do Festival de Música Popular da TV Globo,
ficando entre os 20 primeiros colocados. Mudou-se para Fortaleza (CE) e ganhou
seu primeiro disco de ouro. Com popularidade crescente, no ano seguinte se
destacou com as faixas "A Terceira Lâmina (cifrada)" e "Canção
Agalopada", ganhando outro disco de ouro. Também lançou o livro de poesias
Carne de pescoço e os livretos Apocalipse e A peleja de Zé do Caixão com o
cantor Zé Ramalho.
O artista viu seu nome envolvido numa grande polêmica em 1982. Tudo
porque as letras de seu disco daquele ano se assemelhavam a alguns versos do
poeta irlandês William Yeats, o que lhe rendeu um processo por plágio. Ficou
tudo resolvido quando a Marvel, editora que publicava O incrível Hulk, admitiu
ter dado crédito ao escritor na edição da revista em quadrinhos que inspirou as
composições de Zé naquele LP. E ele ganha outro disco de ouro.
Seus discos já contavam com participações especiais de muita gente
famosa em 1983, quando ele voltou a morar no Rio. No entanto, sua popularidade
andava em baixa, o que o levou a dar uma reviravolta em sua carreira, deixando
a influência do rock dos anos 60 falar mais alto que sua raiz nordestina. Só em
1986 ele retomaria o misticismo que havia se tornado a marca registrada de sua
música. Em 1990, depois de um período de ostracismo, Zé gravou um disco só de
forró e fez uma série de shows nos EUA.
Em 1996, a sorte de Zé Ramalho começou a mudar. "Admirável Gado
Novo", um de seus primeiros sucessos, voltou a tocar sem parar nas rádios,
graças à sua inclusão na trilha sonora da novela O Rei do Gado, da TV Globo. E
seu nome voltou à mídia ao participar do disco O grande encontro, resultado de
um show que fez em parceria com Elba Ramalho, e Geraldo Azevedo. As críticas
foram tão favoráveis e o público se mostrou tão receptivo que o grupo ganhou
disco de platina duplo e voltou a se reunir em outros dois CDs, lançados em
1997 e 2000, embora sem Alceu.
Com o álbum Antologia acústica, de 1997, Zé comemorou 20 anos de
carreira, fazendo uma releitura de suas canções mais conhecidas, o que lhe
rendeu outro disco de platina duplo. No mesmo período, foi lançado o livro Zé
Ramalho - um visionário do século XX, de Luciane Alves, e um songbook com 30 letras
cifradas do compositor.
Parecia uma preparação para aquele que seria seu mais importante
trabalho, o CD duplo Nação nordestina, de 2000, com o qual fez uma espécie de
inventário da influência do Nordeste na MPB, contando com a participação de
diversos artistas e citando a obra de tantos outros. O disco foi considerado um
dos melhores exemplos da fusão da música nordestina com o mundo pop.
E assim Zé Ramalho vem construindo sua obra, inspirada tanto na
literatura de cordel e nos ritmos nordestinos quanto no cinema, nas histórias
em quadrinhos, nos livros de ficção científica, nos seriados de TV, no rock e
na mitologia, alinhavando tudo com seu jeito único de cantar, como se estivesse
narrando, e com suas composições que remetem a imagens.
Link:
http://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/biografia/#ixzz2XcRa1Ryk
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