ACABA A GREVE DO TRANSPORTE
Depois de quase dois dias de
paralisação, chegou ao fim a greve dos rodoviários no final desta terça-feira
(2), depois de determinação da Justiça. O julgamento do dissídio coletivo foi
presidido pelo desembargador Ivanildo Cunha, na sede da 6ª Região do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT), no Cais do Apolo, Centro do Recife. Os 14
desembargadores presentes, acompanhados da relatora do caso, a desembargadora
Daisy Anderson Tenório, consideraram a greve abusiva por unanimidade e fixaram
um reajuste salarial de 7%, proposto pela relatora. Com a decisão, os salários
ficam estabelecidos em R$ 1605,00 (motorista), R$ 1.037,90 (fiscal) e R$ 738,30
(cobrador).
Os desembargadores também votaram
a favor da irregularidade de paralisações nos dias 14 de junho e 1º de julho,
por falta de aviso prévio à população e também ao patronato, que poderá
descontar estes dias dos salários dos rodoviários.
A Justiça decidiu que o Sindicato
dos Rodoviários terá que pagar multa diária de R$ 100 mil - a contar dessa
segunda (1º) - por não cumprir a determinação judicial de colocar nas ruas 80%
da frota nos horários de pico e 50% nos horários extra pico. Sobre o pedido dos
rodoviários de participação nos lucros, a relatora rejeitou o pleito do
sindicato - e foi acompanhada pelos outros desembargadores -, afirmando que
participação nos lucros cabe somente à negociação entre as partes. O
recebimento de cestas básicas durante as férias também foi negado, por 12 votos
a 2. A categoria recebe uma cesta básica mensal exceto no período de férias.
Sobre as horas extras, o
judiciário resolveu que as duas primeiras horas extras terão adicional de 70%.
A terceira hora extra, que pode ser feita por motivo de força maior, terá
adicional de 100%. O reajuste para o vale refeição da categoria também já foi
definido. A relatora da audiência considerou o valor atual de R$ 160 - quantia
diária de R$ 6,15 - insuficiente e propôs o valor de R$ 171,20. Doze
desembargadores votaram a favor deste reajuste, que equivale a 7%, com base na
inflação. Dois consideraram pequeno o aumento e votaram contra.
Após a decisão do Judiciário, o
presidente do Sindicato dos Rodoviários, Patrício Magalhães, afirmou que vai se reunir com a categoria na sede do órgão, às 10h
desta quarta-feira (3), para anunciar a decisão da Justiça sobre as
reivindicações da categoria. Segundo ele, é impossível prever, neste momento, a
reação dos motoristas e cobradores de ônibus ao reajuste concedido, que ficou
"extremamente abaixo" do que estavam pleiteando. A categoria
reivindicava, nas negociações mediadas pelo Ministério Público do Trabalho
(MPT), reajuste salarial de 30% e vale refeição no valor de R$ 350.
ANDAMENTO DA SESSÃO -
Antes da
sessão começar, por volta das 18h, representantes da Oposição Rodoviária de
Verdade foram chamados para uma reunião às 16h com os secretários de
Articulação Social do Estado, Aluísio Lessa, e de Governo e Participação,
Sileno Guedes. O motivo do encontro era a queixa dos dissidentes na falta de
representação nas negociações.
Na sessão o advogado de defesa do
Sindicado, Heriberto Carneiro, afirmou que o movimento do dia 14 de junho foi
conduzido por manifestantes não ligados ao sindicato. Já sobre a paralisação
dessa segunda (1º), alegou que o percentual estabelecido pela Justiça
prejudicou o movimento grevista, já que 80% de frota circulante em horários de
pico é o que geralmente circula na cidade. Sobre o pedido de reajuste salarial
de 30%, o advogado dos rodoviários afirmou que era um percentual razoável e as
empresas não ofereceram nenhuma contraproposta justa.
O advogado de defesa do Sindicato
das Empresas (Urbana-PE), Henrique Neuenschwander, ressaltou as irregularidades
da paralisação, pontuando que reajuste de 30% era um pedido inviável. Após as
defesas de cada parte, a Justiça iniciou a votação das pautas.
Fonte: Ne10
Fonte: Ne10
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