Militares em greve!
Em assembleia realizada na noite
desta terça-feira (13), em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do
governo de Pernambuco, no Recife, uma comissão independente de policiais e
bombeiros militares decidiu cruzar os braços, após participar de reunião com o
secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, e com o chefe da Casa Militar,
coronel Mario Cavalcanti de Albuquerque. Não há consenso sobre o número de
participantes da assembleia: os representantes do movimento afirmam que 6 mil
PMs e bombeiros estavam no local, mas o Batalhão de Polícia de Trânsito informa
que não passou de 2 mil o total de presentes.
O governo do estado não
reconheceu a paralisação e informou que uma nova reunião com a categoria está marcada
para esta quarta (14), com a presença do governador João Lyra Neto -- nesta
terça, ele acompanhou a presidente Dilma Rousseff em visita às obras da
transposição do Rio São Francisco, no Sertão do estado.
Em nota, a Secretaria da Casa
Civil comunicou que os PMs terão reajuste de 14,55% no contracheque de junho.
"Todos os pontos reivindicados pelas categorias e pactuados anteriormente
estão sendo rigorosamente cumpridos pelo Governo do Estado. Para as novas
reivindicações, foi criada uma comissão multissetorial, que envolve as
secretarias estaduais de Administração, de Defesa Social, de Planejamento e
Gestão e da Fazenda, e os comandos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros", detalha o documento.
Joel Maurino, soldado da PM e
ligado à Associação de Cabos e Soldados, é um dos representantes do movimento
independente. Representantes da Associação de Praças, Policiais e Bombeiros
Militares de Pernambuco também estavam no local.
A orientação da comissão
independente é que seja mantido 30% do efetivo, que se referem aos serviços
essenciais, como o funcionamento do Hospital da PM, as equipes dedicadas ao
cuidado com as armas e o policiamento ostensivo para rebeliões e manifestações.
Uma nova assembleia da categoria deve ser realizada nesta quarta-feira, após a
definição do governo do estado sobre a situação. Procurada pelo G1, a
assessoria da Polícia Militar de Pernambuco disse que não foi oficialmente
comunicada sobre o movimento.
O reajuste de 14,55%, previsto
para a folha de junho, já tinha sido assegurado em acordo firmado entre o
governo e a categoria, em 2011. De lá para cá, percentuais gradativos de
aumento foram incorporados aos salários dos PMs -- segundo a Casa Civil, já são
134% de reajuste real para a PM, desde 2007. Os representantes do movimento
independente pleiteiam reajuste de 50% sobre o salário-base da categoria, a ser
pago a partir de janeiro de 2015.
A Associação de Cabos e Soldados
(ACS), à qual são filiados 10 mil policiais e bombeiros militares de
Pernambuco, está sob intervenção desde o último mês de março, após uma chapa
concorrente da atual direção ter questionado a legitimidade do resultado das
últimas eleições da entidade. Segundo a ACS, o efetivo total da categoria,
hoje, em Pernambuco, soma 20 mil PMs e 2 mil bombeiros militares.
Passeata pelo Centro
Na tarde desta terça, cerca de
500 PMs e bombeiros militares se concentraram para a passeata, na Praça do
Derby. O BPTran estimou que 2 mil pessoas participaram da marcha, que seguiu
pela Avenida Conde da Boa Vista, Rua da Aurora e Palácio do Campo das
Princesas. A organização da caminhada afirmou que policiais de várias cidades,
como Petrolina, Nazaré da Mata e Gravatá, participaram do ato.
Ao chegar ao palácio do governo,
uma comissão formada por oito policiais foi recebida pelo secretário da Casa
Civil, Luciano Vasquez, e pelo chefe da Casa Militar, coronel Mario Cavalcanti
de Albuquerque.
No dia 25 de abril, cerca de 300
policiais e bombeiros militares participaram da primeira caminhada da
categoria, que terminou com a entrega da pauta de reivindicações na sede da
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Rua da Aurora.
A pauta de reivindicações da
categoria traz 18 itens, entre eles a revisão nas escalas de serviços, no valor
da gratificação de risco de vida e no Plano de Cargos e Carreiras; aumento do
vale-alimentação; gratificação para motoristas; humanização do código
disciplinar; auxílio de invalidez; gratificação para quem possui cursos
superiores e qualquer pós-graduação; investimento em especialização
profissional e bolsas de estudo, além da implantação do subsídio mais 40% de
reajuste.
Fonte: G1.
Comentários
Postar um comentário