O "bonde da ostentação"


Passei um tempo só querendo opinar sobre este novo movimento funk nacional. O movimento da ostentação. Carrões e  motos caras, roupa de grife, mulheres lindas e fáceis e nada, nada de interesse pedagógico. Puramente o embalo dos sonhos de consumo de uma classe que vê na música uma forma de afirmação pessoal. "Músicas" com batidões maus ou bem marcados, etc. Mas hesitei para não confundir a minha própria preferência com a realidade dos fatos. E é fato que esse tal movimento da ostentação anda ganhando espaço, no concorrido cenário musical brasileiro. Por que será? Acredito que já tenha mencionado aqui mesmo, nessa postagem a razão de tal sucesso. O povo deseja. Jovens desejam. Cobiçam usar todos aqueles apetrechos que os funqueiros pregam em suas músicas, mesmo que nem eles, os funqueiros, possuam o dom da riqueza. Agora me preocupa o fato de eles,  não preocuparem-se com as ferramentas honestas da aquisição material. Nunca ouvi (meu vizinho adotou este estilo musical bem mais do que o pagode, o brega, e escuta para todos ao redor ouvirem) do conforto do meu lar, em pleno gozo de meu descanso de trabalhador, alguma letra que falasse a tal fórmula para se ter o que pregam em suas músicas. Iates, Citroëns, notas de cem...de onde virão as tais iscas para fisgar jovens alienados? Vida louca? - Assim não vale! Desafio um funqueiro legítimo a incluir em suas músicas o caminho das pedras. Dinheiro é bom e todos gostam. Mas eu prefiro as formas honestas de trabalho. E você?!

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