Justiça dos EUA determina congelamento dos bens da Telexfree
A Justiça dos Estados Unidos determinou o congelamento dos bens do
grupo Telexfree, acusado pelas autoridades norte-americanas de promover um esquema
de pirâmide financeira.
O pedido foi feito pela Securities and Exchange Commission (SEC),
órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira, e
determinado pelo Tribunal Distrital de Boston.
Em comunicado divulgado nesta quinta, a SEC informou que o
congelamento de bens atinge milhões de dólares e foi determinado pela Justiça
na quarta (16) para evitar a perda de recursos de investidores.
Segundo o órgão, a Telexfree opera um esquema de pirâmide direcionado
principalmente para imigrantes brasileiros e dominicanos.
"Este é um de uma série de esquemas de pirâmide que a SEC
investiga atualmente em que as partes alegam que os investidores podem ter
lucros recrutando outros membros ou investidores em vez de desempenhar um
trabalho real", diz o diretor do escritório regional da SEC de Boston,
Paul G. Levenson. “Mesmo depois de a SEC
e outros órgaõs reguladores alegarem que estes programas são uma fraude, os
promotores continuaram vendendo a promessa de dinheiro fácil”, acrescenta.
A denúncia também aponta que a empresa transferiu mais de US$ 30
milhões ou mais das contas da TelexFree para contas controladas por pessoas
ligadas à empresa. O site internacional da empresa está fora do ar há desde a
tarde de quarta-feira (16), o que deve ter relação com a decisão judicial.
Telexfree teria arrecado US$ 1,2 bi no mundo
O congelamento de bens acontece após a Secretaria de Estado de
Massachusetts, EUA, ter divulgado relatório de investigação que concluiu que a
Telexfree é uma pirâmide financeira que arrecadou cerca de US$ 1,2 bilhão em
todo o mundo. Na denúncia, as autoridades norte-americanas pediram o fim das
atividades da empresa, a devolução dos lucros e o ressarcimento das perdas
causadas aos investidores, chamados de "divulgadores".
Na segunda-feira (14), o grupo Telexfree anunciou ter ingressado com
um pedido de concordata no Tribunal de Falências do Distrito de Nevada, numa
tentativa de reorganizar os negócios da empresa e garantir a continuidade das
atividades.
As atividades da empresa no Brasil estão suspensas desde junho de
2013, por determinação da Justiça do Acre, por suspeita de pirâmide financeira.
Em fevereiro, a Telexfree teve negado pela segunda vez seu pedido de
recuperação judicial no Brasil.
Empresa prometia retornos anuais de 200%
De acordo com a SEC, os acusados venderam títulos na forma de
"associação" à Telexfree que prometiam retornos anuais de 200% ou
mais para aqueles que promovessem o negócio recrutando novos membros e
colocando anúncios em sites gratuitos de anúncios na Internet.
Segundo o órgão, as receitas de vendas de telefonia VoIP da Telexfree (por meio da internet)
foram de aproximadamente US$ 1,3 milhão de agosto de 2012 a março de 2014,
valor que representa pouco mais de 1% dos mais de US$ 1,1 bilhão necessários
para fazer os pagamentos prometidos aos promotores.
Em novo vídeo divulgado nesta quinta-feira aos divulgadores da
empresa, o diretor da Telexfree no Brasil, Carlos Costa, diz que a empresa
"vai lutar vigorosamente para provar que está sendo injustiçada" e
que o negócio não é pirâmide financeira. "Respeitamos a lei do Brasil e
dos outros países", afirma.
Fonte: G1
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