Funcionários da Hemobrás realizam paralisação
Funcionários da Empresa
Basileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), no Polo Farmacoquímico
de Goiana, na Mata Norte no estado, realizaram, na manhã desta quinta-feira
(19), uma paralisação de advertência de 24h, conforme haviam anunciado na semana
passada. O ato ocorreu pela manhã em frente ao Empresarial JCPM, no Pina, onde
fica a sede pernambucana da estatal.
A paralisação, segundo
o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado
de Pernambuco (Sindtrafarma-PE), é uma forma de pressionar a Hemobrás sobre os
principais itens da pauta de reivindicações da categoria, que entre outros
pontos, deseja a saída dos funcionários terceirizados e a contratação imediata
dos concursados aprovados no último concurso público, realizado em 2013, além
da concessão de benefícios e melhorias nas condições de trabalho na unidade
fabril, em Goiana.
A interrupção das
atividades durante o dia de hoje afeta, na avaliação do sindicato, a produção e
a distribuição de hemoderivados, como a cola de fibrina e o Fator 8
Recombinante, utilizado no tratamento de pacientes hemofílicos. No expediente
de hoje, de acordo com o Sindtrafarma-PE, trabalharam apenas funcionários
terceirizados e aqueles que ainda estão em estágio probatório. A Hemobrás, no
entanto, garantiu que não haverá desabastecimento dos medicamentos distribuídos
pela estatal.
Durante a paralisação,
a categoria realizarou uma panfletagem na Avenida Antônio de Góes e uma
assembleia junto ao comando. Ficou decidido, conforme afirmou o presidente do
Sindtrafarma-PE, Jaffe Xavier, que uma nova parada de advertência será
realizada na próxima quinta-feira (26). O sindicato deixou claro que há a
possibilidade de uma greve por tempo indeterminado.
Um dos principais itens
da pauta de reivindicações, de acordo com o sindicato, é a saída imediata de 49
funcionários terceirizados que ainda estão prestando serviços na Hemobras.
Segundo Xavier, os salários pagos a este grupo de funcionários não-concursados
equivale a 75% da folha de pagamento dos 180 concursados que atualmente
trabalham da Hemobras.
“Esses 49 terceirizados
recebem cerca de 60% a mais que os mesmos concursados já empregados e que
desempenham a mesma função. É justo que os 50 aprovados no último concurso
público que aguardam nomeação sejam contratados”, afirmou Jaffe Xavier. Sobre o
resjuste salarial, ele afirmou que a categoria está há oito meses sem fechar um
acordo coletivo com a direção da Hemobrás e que não recebem aumento há 20
meses.
“Nós desejamos uma
reavaliação de recompsição de perdas, já que a empresa quer dar apenas a
reposição da inflação no período, e correção no vale-alimentação, além de uma
mudança no benefício da licença-paternidade, dos atuais 5 para 15 dias. A
Hemobrás aceita aumentar em apenas um dia esse prazo e entendemos que isto é
uma forma de travar a negociação. Baixamos a quantidade de itens da pauta de
reivindicações de 35 para três, e mesmo assim a empresa se recusa a negociar”,
pontuou Xavier.
Outra questão diz
respeito aos funcionários que gozam o benefício do auxílio-doença. O
Sindtrafarma-PE pede a extinção de perdas para aqueles que se encontram no
benefício além dos 120 dias, segundo o sindicato, descontados no contra-cheque,
ou a reposição desses descontos. Desejam, ainda, que a estatal abone as faltas
em caso de ausência ao trabalho por acompanhamento médico de familiar. A classe
reclama que a Hemobras quer limitar a apenas dois dias por ano este tipo de
ausência.
Resposta da Hemobrás
A reportagem do Diario
entrou em contato com a Hemobrás para saber uma resposta sobre os pleitos dos
funcionários. Em nota enviada pela assessoria de comunicação, o órgão se
posicionou sobre as reivindicações, esclarecendo que “durante as negociações do
Acordo Coletivo 2014/ 2015, foi apresentada uma proposta levando em
consideração a atual conjuntura econômica do país” e que “a proposta da empresa
consiste em reajuste salarial com base no IPCA do período, licença-paternidade
de seis dias úteis, liberação de um dia por semana para um dirigente sindical
sem ônus para o sindicato, adesão ao Programa Cultura do Trabalhador, entre
outras cláusulas sem impacto financeiro”.
Quanto aos
profissionais terceirizados, o documento diz que “a Hemobras esclarece que vem
cumprindo rigorosamente o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado com o
Ministério Público Federal em novembro de 2014, com a finalidade de
substituição gradativa dos terceirizados de nível médio”. Pelo TAC, diz a nota,
“o cronograma prevê a substituição até a data final da validade do concurso em
2017”. Além disso, reforça que “o processo de substituição começou antes mesmo
da assinatura do TAC e será finalizado até o final deste ano”.
Sobre os cargos
comissionados, a Hemobrás informou que “a decisão mais recente do presidente do
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, André Damasceno, do dia 25 de
fevereiro é favorável à Hemobras e suspendeu os efeitos da sentença de ação
civil pública do Ministério Público do Trabalho que determinava o desligamento
das pessoas ocupando cargos em comissão com atribuições de direção, chefia e
assessoramento”.
A nota destaca que “a
decisão do presidente do TRT da 10ª Região baseou-se no risco da empresa ter
que afastar as pessoas ocupantes de empregos em comissão – num percentual
aproximado de 20% de sua força de trabalho – antes do trânsito em julgado da
decisão e na viabilidade do processamento e provimento do recurso em revista
interposto pela Empresa no Tribunal Superior do Trabalho (TST)”.
Por último, a estatal
ressalta que “em relação ao aumento do quadro efetivo, a Hemobrás informa que,
entre os meses de novembro de 2013 e março de 2015, houve um aumento de 224% no
número de empregados públicos, passando de 45 para 146 pessoas”.
Fonte: G1
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