Período escolar noturno com alta evasão e baixo rendimento
Em Pernambuco,
as aulas no período noturno têm baixa qualidade quando comparada às aulas da
manhã e da tarde, e, além disso, mais alunos do período noturno abandonam as
escolas, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Ayrton Senna, que
avaliou o ensino noturno em escolas públicas de todo o país. No estado, esses
problemas têm grande impacto na sociedade - influenciam no aumento do
desemprego e violência, como mostrou o Bom Dia Pernambuco, da TV Globo, desta segunda-feira
(23).
Das 107 mil
pessoas que estudam à noite em Pernambuco, 70% trabalham. Além disso, muitas
delas estão fora da idade escolar ideal. Para o diretor de articulação do
Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, a situação é preocupante. “Nós já
temos um enorme desafio com os alunos do período diurno. Por outro lado, temos
ainda um terço dos alunos estudando à noite. Quando a gente se depara com ele,
a gente vê um baixo índice de aprendizagem e uma alta taxa de abandono
escolar”, explica.
De acordo com
a pesquisa, o aluno do período noturno é, em média, quatro anos mais velho do
que o aluno do ensino diurno. Além disso, a evasão escolar é dez vezes maior no
ensino noturno, quando comparado com o diurno. “A gente tem que pensar em outro
modelo, que não se aplica, por exemplo, à escola em tempo integral”, pondera
Ramos, para quem estes alunos vão aumentar e ampliar a faixa de jovens chamada
‘Nem nem', que nem estuda nem trabalha.
Mozart Ramos
lembra ainda que a educação é o meio de alinhar o desenvolvimento social e
econômico. “Estudar mais significa uma melhor distribuição de renda. Quando a
gente estuda ‘de menos’, os impactos sobre a violência são extremamente
preocupantes”, afirma.
O estudo
conclui que os jovens do ensino noturno precisam de um ambiente motivador, para
ter uma nova perspectiva em relação ao futuro, além de uma escola que dialogue
mais com o trabalho e o cotidiano. “Cabe aos governantes, tanto na esfera
estadual quanto na federal, um pacto pelo ensino médio noturno. Na nossa visão,
é importante chamar outros atores, que têm uma visão naturalmente vinculada ao
mundo de trabalho”, completa Ramos.
Fonte: G1
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