Professores mantêm greve, mesmo com decisão contrária do TJPE
Os professores pernambucanos decidiram por unanimidade, em assembleia
realizada na manhã desta sexta-feira (17), continuar com a greve deflagrada no
último dia 10. A decisão foi tomada mesmo depois de o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do estado (Sintepe) receber a liminar da Justiça,
divulgada na quarta-feira (15), que considera a greve abusiva e determina a
suspensão imediata do movimento. O desembargador Jovaldo Nunes atendeu a um
pedido do Executivo Estadual.
A decisão judicial foi entregue ao presidente do Sintepe, Fernando
Melo, minutos antes da assembleia, no Centro de Convenções de Pernambuco, em
Olinda. Além de determinar a volta ao trabalho, a liminar estabelece uma multa
diária de R$ 30 mil para cada dia de desrespeito à decisão. A notícia revoltou
os docentes presentes, que votaram pela continuidade do movimento. "A
greve continua e se apoia na forte adesão dos últimos dias porque nossa única
reivindicação não foi cumprida. Queremos que o governo cumpra a lei do piso e
do plano de cargos e carreiras", explicou o presidente do Sintepe.
Após a assembleia, um grupo de 500 professores e alunos, segundo o
Sintepe, saiu em caminhada pela Avenida Cruz Cabugá, em direção à
Vice-governadoria. Uma comissão formada por oito pessoas, entre elas o
presidente do sindicato, Fernando Melo, e diretores da entidade, foi recebida
pelo vice-governador, Raul Henry.
Na reunião de aproximadamente 45 minutos, a categoria apresentou
algumas reivindicações -- reajuste de 13,01% para todos os professores,
rediscussão do plano de cargos e carreiras e melhoria da infraestrutura das
escolas -- e, de acordo com o Sintepe, Henry disse que as encaminharia ao
governador Paulo Câmara. A assessoria de comunicação da Vice-governadoria, no
entanto, informou que Raul Henry se comprometeu a levar as reivindicações aos
secretários de Educação e Administração, que são as pessoas designadas pelo
governo para lidar com essa negociação.
Nos próximos dias, a categoria pretende percorrer as escolas que ainda
estão funcionando para conversar com os professores que ainda não aderiram ao
movimento. Já nas próximas quinta e sexta-feiras (dias 23 e 24), o Sintepe vai
organizar uma caravana para pressionar o governador Paulo Câmara durante os
seminários realizados no interior do estado pelo programa Todos por Pernambuco.
Os encontros devem acontecer em Timbaúba, na quinta, e em Palmares, na sexta.
No dia 27 de abril, os professores voltam a se reunir em assembleia para
definir os novos rumos do movimento.
Adesão
Segundo o Sintepe, a greve está forte em todo o Estado, atingindo 70%
da classe. A adesão seria total em cidades como Salgueiro, Petrolina, São Bento
do Una, Gravatá e Surubim.
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