ProUni - Beneficiários falecidos e com renda acima do teto
O trabalho da CGU avaliou cursos, universidades, candidatos e
bolsistas de todas as regiões do país. A controladoria verificou o cumprimento
das exigências do programa, além da frequência e do desempenho acadêmico dos
bolsistas. A investigação envolveu 291 fiscalizações, além da análise de dados
do Sistema Informatizado do ProUni (SisProUni) entre 2005 e 2012.
Para chegar à conclusão de que as pessoas que já morreram recebiam a
bolsa, os auditores cruzaram os dados do Sistema Informatizado de Controle de Óbitos
com o sistema de dados do Prouni. Eles encontraram beneficiários que haviam
morrido, mas contavam como "em utilização-bolsista matriculado”, sendo que
um deles morreu antes de se tornar bolsista e os outros 46 após o recebimento
da bolsa.
Segundo o levantamento, 12,2% dos candidatos da amostra deixaram de
comprovar ao menos um critério para a concessão do benefício, como
escolaridade, residência e renda. Foi constatada também a existência de 58
registros de candidatos que informaram não serem brasileiros natos ou
naturalizados. Além disso, seis pessoas tinham duas bolsas ativas, o que
contraria as normas do ProUni.
A CGU informou, em nota, que “houve problemas na alimentação dos dados
do SisProUni pelas instituições de ensino, bolsistas com desempenho acadêmico
inferior ao estipulado, inconsistência no que a instituição informava sobre
bolsas do ProUni e as vagas efetivamente oferecidas no vestibular, entre
outros”.
A controladoria recomentou ao Ministério da Educação (MEC), gestor
federal do programa, aprimorar o controle das informações do SisProUni e
melhorar a gestão do ProUni. Em resposta à CGU, o MEC disse ter aumentado o
controle das informações fornecidas pelas instituições de ensino, assim como
feito auditorias periódicas no sistema. O ministério também informou que criou
uma lista de espera com o objetivo de diminuir o número de bolsas ociosas.
Criado em 2004, o ProUni concede bolsas de estudo em instituições
privadas de ensino superior. Procurado pela Agência Brasil, o MEC não se
manifestou.
Fonte: Agência Brasil.
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