Fraude na previdência deflagrada em Pernambuco
A Polícia Federal (PF) desarticulou, na última terça-feira (21), no Grande Recife, um grupo especializado em fraude de documentos que, segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), já gerou um prejuízo de R$ 2,486 milhões aos cofres públicos. A investigação aponta que a quadrilha apresentava carteiras de identidade e CPFs falsos à Previdência Social, para obter benefícios como o de amparo social ao idoso e à pessoa portadora de deficiência. Até agora, foram rastreados 135 benefícios falsificados desde 2007. Dos 20 envolvidos, dois deles eram servidores da agência do INSS de Bairro Novo, em Olinda, como informou a PF em entrevista coletiva, nesta manhã.
A operação Aquário, batizada assim em referência ao bairro de Peixinhos, em Olinda, onde a maioria dos suspeitos reside, envolveu cerca de 100 policiais federais. Eles cumpriram com 12 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de condução coercitiva no Recife, Olinda e outros municípios da região. Os suspeitos vão acompanhar o inquérito em liberdade, mas são obrigados a comparecer à PF para prestar depoimento.
O grupo é investigado por crimes como uso de documento falso, estelionato, corrupção passiva, peculato -- quando o funcionário público utiliza sua condição de servidor para desviar valores ou bens -- e associação criminosa. Somando tudo, a pena pode chegar a 36 anos de reclusão.
Segundo Marcello Diniz Cordeio, superintendente regional da PF, a equipe atuava desde 2007 na agência de Bairro Novo, com a participação de uma servidora e de outro servidor, que faleceu durante a investigação. "Eles falsificavam certidão de nascimento de pessoas com mais de 70 anos. Em seguida, com a participação da servidora, solicitavam benefícios de assistência social no INSS. A gente contabilizou 135 benefícios, mas esse volume tende a aumentar", detalhou. Dois dos suspeitos que receberam mandato coercitivo já estavam presos em outra operação da PF que apurava denúncias de tráfico de drogas.
O valor do benefício é um salário mínimo, pago às pessoas que não tem condições de se manter, como afirmou o superintendente substituto do INSS do Nordeste, Márcio Dubard. "Vamos apurar a fundo na parte administrativa, até as últimas consequências. Assim que a gente tiver os elementos da apuração, vamos agir em nível administrativo", disse, ressaltando que o valor da fraude, já desviado pelo grupo, será cobrado aos suspeitos.
Fonte: G1.
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