Carpina, mais violenta a cada dia.



Carpina, cidade planalto a aproximadamente 50 quilômetros da capital,  cresceu muito nas últimas décadas. Quem é carpinense, como este seu nobre amigo blogueiro, quem criou-se nesta cidade, percorrendo as ruas com ar interiorano, vendos ainda casebres com tijolo cru, áreas rurais dividindo espaço com o desenvolvimento do centro, o qual inevitavelmente  invadiria o entorno, chegaria às periferias e tomaria conta daquelas zonas rurais que mencionei, trazendo a expectativa de uma vida melhor, com mais conforto, modernidade e integração social. Patriarcas mais velhos e carpinenses adultos mais observadores e saudosistas ainda lembram das noites maravilhosas, em plena infância dos anos 90, 80 e 70, quando as famílias saíam em frente às suas casas para conversarem despreocupadamente, enquanto os de menor idade brincavam até altas horas da noite sem medo de serem vítimas dos problemas das "grandes cidades" drogas, tiroteios, delitos cometidos a plena luz do dia, não se tinham notícias! Nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar coisas deste tipo. Hoje em dia a nossa cidade está envolta em tão densas trevas, que são os filhos dos bons filhos, daqueles os quais a mal-criação equivalia a responder num tom maior aos pais, matar aula para jogar bola ou fugir para tomar banho nos açudes de áreas privadas da Usina, e tais peraltices jamais repetiam-se quando um bom e eficaz corretivo era aplicado, são os filhos dos bons filhos, os quais aprenderam a trabalhar "levando frete com carro de mão na feira, muitos deles trabalharam de sol a sol na palha da cana ou nos outros empregos, hoje tidos por subempregos, dadas as possibilidades de hoje ter-se mais sorte na vida profissional, os filhos daqueles filhos, os que estão matando e morrendo à míngua, em plena juventude, vidas ceifadas pelo gargalo do moderno jeito de governar dos governantes atuais: A questão das drogas. Não bastasse os assassinatos por motivos de rixa, daqueles justiceiros que lavam com sangue a sua honra e acertam as contas eliminando os seus desafetos, temos as drogas, morte por overdose, morte por problemas no pagamento do pessoal do tráfico, morte por desiquilíbrio daqueles que se acham emissários de Deus ou do diabo, matando a torto  e a direita. Carpina, em menos de três meses, 13 homicídios. Em menos de 24 horas, três homicídios...Até onde iremos chegar? No meu saudosismo desmedido, não lembro de uma Carpina paradisíaca mas o que era raro, agora está assim tão comum... A que lugar chegaremos? Ao colapso social, a guerra civil, ou ao fim do mundo? Quem teria esta resposta?



Denilsom Douglas

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